Durante a fase de operação das linhas de transmissão (LTs), o principal risco de acidente para a fauna é a colisão de aves com os cabos, o que torna este grupo o mais sensível no âmbito da instalação de LTs de energia (JENKINS et al., 2010). Existem diversos estudos relatando mortes causadas por colisões de aves em linhas de alta tensão (FAANES, 1987; GARRIDO e FERNÁNDEZ-CRUZ, 2003), tendo a maior parte delas sido ocasionada pelo choque com os cabos para-raios, que são mais finos e, por isso, menos perceptíveis do que os de alta tensão (JENKINS et al., 2010). De acordo com a revisão de Bernardino et al. (2018), os cabos para-raios respondem por 84% das colisões observadas, enquanto 16% foram atribuídos aos cabos condutores.
Com a intenção de minimizar o risco de colisões, algumas medidas mitigatórias vêm sendo propostas; entre elas se destaca a sinalização de cabos para-raios com diferentes dispositivos (DE LA ZERDA e ROSSELLI, 2003; BARRIENTOS et al., 2012). A sinalização desses cabos tem sido indicada como a forma mais apropriada para a mitigação do risco de colisão de aves (Jenkins et al., 2010), uma vez que visam aumentar a visibilidade dos cabos pelas aves, proporcionando mais tempo para elas evitarem a colisão (ALONSO et al., 1994; JANSS, 2000).
Sendo assim, visando minimizar e mitigar possíveis colisões de aves na LT 500 kV Sapeaçu – Poções III C1, foram definidos os trechos mais propensos para a ocorrência de colisão de aves, por meio do Projeto Anticolisão da Avifauna (PAA) e indicados os trechos em que houvesse a necessidade de instalação de dispositivos sinalizadores anticolisão. Tais dispositivos já foram devidamente instalados nos locais indicados.