O Programa de Monitoramento da Fauna justificou-se, dentro do contexto do licenciamento ambiental do empreendimento, como uma medida para avaliar a estrutura atual das comunidades de aves e monitorar as possíveis flutuações decorrentes da implantação do empreendimento. Além disso, esse Programa subsidiou a escolha dos locais e modelo de sinalizadores anticolisão de aves a serem adotados para o empreendimento.
Sinalizador anticolisão da avifauna no vão vante da torre 164/2.
Considerando a realização das três primeiras campanhas de monitoramento da avifauna do Programa de Monitoramento da Fauna, foram registradas 294 espécies, o equivalente a 66,21% do total de espécies com ocorrência potencial levantadas a partir dos dados secundários para a região de inserção do empreendimento.
Foram registradas duas espécies listadas com status de conservação ameaçado. A espécie Rhopornis ardesiacus (gravatazeiro) é ameaçada do ponto de vista estadual, nacional e internacional, e é estritamente associada à planta gravatá, característica da mata-de-cipó encontrada na região de Boa Nova. R. vitellinus se encontra como VULNERÁVEL (VU), segundo a lista internacional de espécies ameaçadas (IUCN, 2019), e é comum em florestas úmidas, mas populações parecem estar em declínio.
Em relação às espécies endêmicas, foram identificadas oito espécies endêmicas da Caatinga, e 11 da Mata Atlântica. Esses registros enfatizam a importância dos poucos remanescentes florestais na região como abrigo para espécies da avifauna local, sensível à fragmentação do habitat.